O
município do Alandroal é um dos mais endividados e por isso todas as contas do
município têm de ser geridas e pensadas com cautela. A autarquia vai ter de
pagar até 2037 a sua dívida, porém, este ano, devido à pandemia, o Fundo de
Apoio Municipal (FAM), suspendeu esses pagamentos, para ajudar nas despesas
relacionadas com a crise pandémica que se vive.
Em
entrevista exclusiva à RC o presidente do município, João Grilo, garante: “as
contas do município estão bem”.
O
edil revela que “neste momento as disponibilidades do município são o dobro do
que encontrei há três anos. Estamos a falar de cerca de 3ME de disponibilidades
diretas em relação a 1,5ME que tínhamos encontrado”.
João
Grilo revela que o objetivo da autarquia é ter “alguma folga para financiar
projetos que se traduzam em retorno e que nos ajudem a compensar e a acabar
mais cedo este garrote do endividamento”. O presidente afirma que não pode
“deixar o concelho morrer lentamente” e por isso houve sempre a preocupação de
“encontrar formas de crescer, criar riqueza, criar retorno para numa fase mais
avançada tirar proveito disso e pagar mais rapidamente a nossa dívida e
melhorar a vida dos cidadãos”.
“Isto
só se consegue fazer com recurso a fundos comunitários”, frisa. A câmara de
Alandroal conseguiu, nos últimos três anos, “angariar 8,7ME de fundos
comunitários que correspondem a 13,3ME de investimento”.
Porém,
o edil acrescenta que em “tudo o que conseguimos tem havido um obstáculo que é
a nossa Assembleia Municipal que nos impediu de ir buscar financiamento para alguns
projetos que são financiados por fundos comunitários”.
Atualmente
“não temos dívidas a fornecedores, não temos um único pagamento em atraso,
pagamos com uma regularidade que anda abaixo dos 40 dias e só não pagamos a um
prazo mais curto porque temos uma equipa limitada da contabilidade”, revela.
Quanto
ao próximo ano de 2021, diz: “no próximo ano vamos quase ter três anos em um.
Vamos ter que por um lado investir e executar obras dos fundos comunitários,
por outro teremos que continuar a dar resposta à pandemia e por outro teremos
de preparar o pós-pandemia. Acho que vai ser um ano ainda mais exigente do
ponto de vista financeiro do que acabou por ser este”
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