A
Câmara Municipal de Alandroal realizou hoje a apresentação pública do Plano de
intervenção de Terena.
Coordenado
pelo Arquiteto Manuel Aires Mateus, presente na cerimónia de hoje que decorreu
na Igreja da Misericórdia de Terena, assim como João Grilo, Presidente da
Câmara Municipal de Alandroal e com Ana Paula Amendoeira, Diretora Regional de
Cultura do Alentejo, esta apresentação pública referenciou as intervenções
previstas para Terena.
Recorde-se
que, tal como a Rádio Campanário, noticiou recentemente, a Câmara Municipal de
Alandroal, recebeu recentemente por Transferência de Competências do Estado
Central, o Castelo de Terena e já à data, João grilo tinha referido
"tencionamos ainda durante o mês de julho, apresentar um estudo prévio do
que pode ser uma intervenção de requalificação do Castelo, da antiga
Misericórdia e da criação de um espaço Museológico, ligado sobretudo ao espólio
do Endovélico."
O
Arquiteto Manuel Aires Mateus começou por explicar que "para este plano de
intervenção de Terena há 3 intervenções fundamentais: uma é a recuperação da
Igreja da Misericórdia de Terena, antigos Passos do Concelho, que assenta em
recupera-la para todas as possibilidades de uso", acrescentando que
"gostaríamos de ter aqui um local de apresentação, a partir da Igreja,
para pequenos concertos, um pequeno auditório, um lugar de discussão, e o
objetivo é estruturar este edifício para isso."
Após
a construção de todos estes novos espaços, segundo o arquiteto, será possível
"trazer ligações a universidades, trazer estudantes, trazer investigadores
no território, o aspeto da logística da arqueologia será também um dos polos
fundamentais".
O objetivo desta intervenção passa pela "contribuição para uma recuperação deste lugar de Terena," que possa atrair tanto visitantes como turistas de forma a dinamizar a vila de Terena.
Relativamente
às futuras intervenções no Castelo de Terena, o arquiteto refere que este é
"um monumento nacional extraordinário, em muito bom estado e, portanto, as
intervenções que nós vamos fazer são mínimas, " acrescentando que passam
por "corrigir uma ou outra intervenção menos permanente que está feita
junto à entrada, e fazer a ligação à outra porta, chamada porta da traição, que
está tapada."
O
principal objetivo é voltar a abrir a passagem pela porta da traição, de forma
a que seja possível realizar um percurso dentro do centro histórico, ou seja,
no fundo para que se possa entrar pela porta principal e se possa sair pela
porta da traição, permitindo assim uma deslocação mais fácil dentro do centro
histórico.
Segundo
o arquiteto "temos que ter outro nível de acessibilidade, pois não
queremos "massacrar" a terra com esta acessibilidade e, portanto, é
necessário liga-la ao outro lado, no fundo, descer a encosta para poder vir a
ter autocarros, escolas, coisas que são mais pesadas e que não podem massacrar
este espaço."
No
que diz respeito ao futuro espaço museológico de Terena, o arquiteto explica
que "o museu tem esta ideia de ser uma passagem até ao Castelo, será um
monumento muito discreto e um elemento de apoio ao território,"
acrescentando que " é um museu que tem que ter muitas valências."
"O
museu tem que servir para apoiar todo o tipo de manifestações, tem que ter um
lugar de permanência e um lugar de exposições temporárias, mas, ao mesmo tempo,
gostávamos de ter uma ligação muito clara ao território," nomeadamente às
peças do espólio do Endovélico que, "são muito raras e para as
compreender, a maior parte das vezes, precisamos de alguém que nos explique,"
refere Manuel Aires Mateus.
O
museu será um "eixo de percurso e também de um sistema que permite que
cada coisa ganhe o valor da outra," ou seja, “a terra tem que voltar a
recuperar o seu valor a partir do valor do castelo, o castelo tem que ter o valor
desta terra, todos ele tem que ter o valor das novas condições que nós pudemos
criar, potenciando-se entre elas."
Sobre
a importância deste tipo de intervenções o arquiteto destaca que "o mais
importante de um plano como este é fazer ler a condição existente. Essa é a
parte determinante do que qualquer coisa que nós vamos acrescentando. O
respeito pelo património tem a ver com nós percebermos o que estamos a fazer, e
a partir da nossa ação valorizámos o nosso legado."
NOTA:
Para ouvir a entrevista vá ao seguinte link: https://www.radiocampanario.com/ultimas/entrevistas/o-respeito-pelo-patrimonio-e-a-percecao-do-que-fazemos-a-nossa-acao-valoriza-o-legado-diz-o-arquiteto-manuel-aires-mateus-c-som
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