O Fado dos tios
I
Nas tascas da minha aldeia
À luz da velha candeia
Em tempos que já lá vão.
...
Camponeses cheios de brio
Cantavam ao desafio
Com os olhos no garrafão.
II
O “Tio António Zé Pinguinhas”
Lembrava o Mestre Talhinhas
Com as suas quadras de improviso.
Respondia o “Tio Padeiro”
Com um fado do Marceneiro
Enchia as bocas de riso.
III
O “Tio Peras e o “Tio Missas”
Com as suas discussões castiças
Subia a adrenalina.
Com o copo cheio na mão
Cantavam só refrão
Do Cochicho da Menina
IV
Com petisco, vinho e fado
O “Tio Maltêz Rei” pingado
Verbalizava em soluços.
Num dueto bem bizarro
Cravava mais um cigarro
Ao “Tio Isaías do Russo”.
V
Pela porta entrava o luar
A fim de presenciar
O “Tio Vendas” mal-humorado.
Quando jogava à manilha
Ou à sueca, na partilha
Punha os ases do seu lado.
VI
O “Tio Chico das Sameiras”
Com o “Tio José Poeiras”
Eram campeões do chito.
Mas o “Tio Chico Pereirinha”
Com um vintém que ele tinha
Em três, ganhava um joguito.
V
Essas tradições de outrora
Não fazem sentido agora
Diz o sóbrio para o pifão.
Hoje as tascas estão vazias
O povo por outras vias
Procura outra diversão.
Autor: José Narciso Chilra
Camponeses cheios de brio
Cantavam ao desafio
Com os olhos no garrafão.
II
O “Tio António Zé Pinguinhas”
Lembrava o Mestre Talhinhas
Com as suas quadras de improviso.
Respondia o “Tio Padeiro”
Com um fado do Marceneiro
Enchia as bocas de riso.
III
O “Tio Peras e o “Tio Missas”
Com as suas discussões castiças
Subia a adrenalina.
Com o copo cheio na mão
Cantavam só refrão
Do Cochicho da Menina
IV
Com petisco, vinho e fado
O “Tio Maltêz Rei” pingado
Verbalizava em soluços.
Num dueto bem bizarro
Cravava mais um cigarro
Ao “Tio Isaías do Russo”.
V
Pela porta entrava o luar
A fim de presenciar
O “Tio Vendas” mal-humorado.
Quando jogava à manilha
Ou à sueca, na partilha
Punha os ases do seu lado.
VI
O “Tio Chico das Sameiras”
Com o “Tio José Poeiras”
Eram campeões do chito.
Mas o “Tio Chico Pereirinha”
Com um vintém que ele tinha
Em três, ganhava um joguito.
V
Essas tradições de outrora
Não fazem sentido agora
Diz o sóbrio para o pifão.
Hoje as tascas estão vazias
O povo por outras vias
Procura outra diversão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário