Governo quer Pediatras
a dar consultas nos Centros de Saúde
O Governo quer colocar pediatras a dar consultas nos centros
de saúde. O secretário de Estado adjunto da Saúde, Leal da Costa, diz que faz
todo o sentido reforçar a presença de alguns especialistas nos cuidados de
saúde primários e a pediatria é um dos exemplos.
"[Pretendemos] criar condições para poder ter consultas
de pediatria ou ter pelo menos apoio pediátrico mais permanente junto aos
centros de saúde e eventualmente estender esse apoio à cardiologia",
explicou Leal da Costa, à margem da apresentação de um estudo do economista
Miguel Gouveia sobre a reorganização dos cuidados de saúde primários.
"Estamos abertos a ver isso com outros modelos, por
exemplo, ter uma consultadoria permanente junto dos doentes diabéticos. Há um
conjunto de doenças que nos parecem mais prementes. A diabetes, por exemplo, é
muitíssimo sistémica em Portugal e é uma das áreas onde vamos ter de actuar com
determinação", diz o secretário de Estado.
A ideia não é
transferir os médicos dos hospitais para os centros de saúde, mas sim criar
dias de consulta em que os especialistas vêem os doentes nos centros de saúde.
O estudo do economista Miguel Gouveia revela que a
transferência para os centros de saúde de um terço das consultas que são feitas
nos hospitais permitiria uma poupança para o Estado, no médio prazo, de cerca
de 140 milhões de euros.
"Um primeiro horizonte era quanto é que se pouparia num
hospital tendo menos consultas e menos custos directos. O total é transferido
para os cuidados primários, onde, por sua vez, os custos subiriam. Mesmo assim,
na diferença ganhamos qualquer coisa como 140 milhões de euros", explica o
autor do estudo, Miguel Gouveia.
“A longo prazo, como haveria menos actividade hospitalar, a
própria dimensão e número de hospitais poderia ser reduzido. Aí, estamos a
entrar noutro patamar de ganhos e temos estimativas na ordem dos 350 milhões de
euros."
Miguel Gouveia defende que também os doentes ficariam a
ganhar se as consultas de seguimento da especialidade fossem dadas nos centros
de saúde em vez dos hospitais.
"Se nós passarmos essa consulta para os cuidados de
saúde primários, os mesmos cuidados essencialmente em termos de resultado final
podem ser dados sem grande tecnologia e são mais baratos. Portanto, quando
passamos um doente de cuidados caros e desagradáveis para um sítio mais próximo
e mais barato, temos ganhos financeiros, mas também de bem-estar", defende
o economista Miguel Gouveia.
Fonte: sapo.pt
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