O atual treinador do Astana
(Cazaquistão), equipa que defronta o Benfica na Liga dos Campeões, é Stanimir
Stoilov. O antigo internacional búlgaro, agora treinador espalhou talento pelos
relvados lusos, ao serviço do Campomaiorense, formando uma dupla implacável com
Jimmy Hasselbaink, durante duas temporadas. Nessa altura era o olhar de um
português que o seguia do banco.
«Entrei no clube apenas à 12ª
jornada. Lembro-me de lá ter chegado e encontrar o Stoilov, e reparar que era
um jogador muito acima da média. No aspeto técnico era muito bom, vindo da
escola dos países de Leste. Sabia tudo taticamente, compreendia muito bem o que
tinha de fazer. Tinha uma elevada capacidade técnica, era um esquerdino que era
uma mais-valia e marcava muitos golos».
As palavras são de Diamantino
Miranda. Ao Maisfutebol, o treinador falou dos tempos em que orientou o
avançado no clube alentejano, entre 1995 e 1997. Na primeira época desceram de
divisão, juntamente com Tirsense e Felgueiras, treinado por Jorge Jesus. Na
segunda subiram à primeira liga. Duas épocas bastante diferentes, onde o
búlgaro deixou marca e golos, 19 em 52 jogos.
«Foi de facto muito importante para
nós. Ele e o Jimmy Hasselbaink faziam uma dupla incrível. Na segunda liga, um
jogador como ele fazia muita diferença», afirmou. Um craque sem tempo para
brincadeiras
Um talento à solta dentro dos
relvados, mas um jogador de trato difícil. Segundo as palavras de Diamantino,
partilhar o balneário com Stoilov era sinónimo de respeito, mais do que de
companheirismo.
«Era muito introvertido, muito frio.
Não era um jogador de sair, de conviver. Não suportava as brincadeiras dos colegas,
porque não compreendia como jogadores profissionais podiam ter aquela
leviandade. Mas era acarinhado pelo grupo, sempre foi, sobretudo pelo seu
estatuto», revelou.
Já sobre a escolha de Stoilov pelos
bancos, Diamantino disse não ter ficado surpreendido, uma vez que, enquanto
jogador, já apresentava características muito técnicas.
«Percebia-se que ele entendia tudo
como jogador, era muito inteligente e não era necessário falar com ele aquilo
que falava com os outros. Compreendia facilmente tudo o que se transmitia e
dominava muitas coisas melhor que os colegas. Quando se passa de jogador para
treinador tenta-se sempre ir beber algo dos nossos antigos treinadores, mas não
sei se foi buscar alguma coisa a mim», sublinhou, admitindo também que gostaria
de reencontrar o seu antigo jogador no Estádio da Luz.
(Maisfutebol)
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