Foi
assinado, esta segunda-feira, em pleno adro do Santuário de Nossa Senhora da
Boa Nova, em Terena, no concelho de Alandroal o protocolo de colaboração entre
a Câmara de Alandroal, a Direcção Regional de Cultura do Alentejo (DRCAlentejo),
a Paróquia de Terena, S. Pedro e a Confraria de Nossa Senhora da Boa Nova,
entidades proprietária e zeladora respectivamente, que vai permitir a
intervenção de conservação, restauro e reabilitação da Capela da Boa Nova pela
câmara municipal em três fases sucessivas.
ODigital.pt
esteve presente e falou com o Presidente da Câmara Municipal de Alandroal, João
Grilo que começou por avançar que a “expectativa, é podermos lançar a obra
muito em breve”, acrescentando esta parceria tem “responsabilidades diversas de
conseguir encontrar uma solução para intervir num monumento que estava mesmo,
mesmo a precisar dessa intervenção”, nomeadamente “ao nível da cobertura, que
têm de ser resolvidos porque depois afectam todo o restante imóvel.”
João
Grilo esclarece que esta parceria tem a particularidade de ter um “projecto
técnico que resulta de uma intervenção desenvolvida pela Direcção Regional de
Cultura. A Confraria e a Igreja que são os proprietários do imóvel cedem à
Câmara a possibilidade de fazer a intervenção e a Câmara com os seus recursos
financeiros patrocina a intervenção.”
Sobre
o financiamento da obra, o autarca refere que esta avança com a “expectativa de
no futuro próximo e em parceria com a Direcção Regional de Cultura podermos vir
a apresentar uma candidatura a fundos comunitários, para podermos vir a
recuperar parte deste investimento. Não sabemos se vai correr bem, desse ponto
de vista, mas fazemos com a consciência de que temos de o fazer até pela
urgência da intervenção e temos de avançar.”
Questionado
sobre a estratégia que tem vindo a ser delineada de valorização do património,
João Grilo, destaca o facto de o concelho ser caracterizado por “três vilas
históricas, com três castelos e fortalezas, temos o caso da Juromenha com uma
beleza incomparável”, acrescentando que “estamos a desenvolver projectos
estruturantes para Juromenha, Terena. Já houve intervenções no Castelo do
Alandroal e estão previstas mais intervenções”, salientando ainda que “o
objectivo são os 3 castelos associados aos 3 centros históricos que temos serem
o centro do desenvolvimento social e económico o concelho.”
Já
sobre o esforço financeiro a ser realizado, João Grilo adianta que “a
intervenção inicial andará em volta dos 150 mil euros. Prevê-se que no final
das 3 fases, portanto consolidação a cobertura e arranjo exterior da capela na
primeira fase, uma segunda que é o arranjo interior e uma terceira que é
intervenção na envolvente poderão atingir valores próximos dos 300 mil euros ou
talvez mais, nos próximos 2 ou 3 anos. São investimentos significativos, mas
que se justificam perante a importância do imóvel.”
Presente
esteve também a Directora Regional de Cultura do Alentejo, Ana Paula
Amendoeira, que em declarações a’ODigital.pt destacou o facto de por vezes
haver “protocolos que são assinados quando ainda não está nada feito, assina-se
apenas a intenção, mas neste caso felizmente assinamos o protocolo depois de
uma parte substancial de trabalho estar feita, aprovada e em lançamento de
empreitada.”
Ana
Amendoeira esclarece que esta obra ter “todo o apoio técnico da Direcção
Regional de Cultura do Alentejo, com fiscalização da obra, todo o apoio será
dado por nós e tem a participação da Paróquia e da Confraria, no sentido da
paróquia ser a proprietária e a confraria é a entidade que gere a ermida, ou
seja, eles autorizam a câmara a ser dona da obra.”
A
responsável pela Cultura no Alentejo realça que “quando se unem vontades claro
que conseguimos fazer muito mais do que sozinhos e este é um dos casos em que o
resultado é muito mais que a soma das partes, porque conseguimos ter um bom
projecto, em três fases, a igreja vai ser recuperada para já naquilo que diz
respeito ao edifício, depois haverá uma segunda fase do património integrado e
restauro do património artístico da igreja e depois uma terceira fase com os
espaços exteriores, mas aquilo que vai arrancar agora é a obra do edifício
classificado.”
Sobre
o estado em que actualmente se encontra o imóvel, Ana Amendoeira, salienta que
“estava em risco no sentido em que há muitos anos não tinha campanhas de
intervenção, não tem havido forma e articulação e meios para o fazer, mas agora
chegamos a este acordo feliz com a câmara que se empenhou muitíssimo e que vai
assumir os custos financeiros da obra, da componente nacional, mas mesmo ainda
antes de avançar com a candidatura a câmara avança com a obra e fará depois a
candidatura.”
Falamos
ainda com Nuno Pereira, Juiz da Confraria de Nossa Senhora da Boa Nova, que
começou por referi que “é sem dúvida uma grande boa nova. É com grande alegria
que a confraria acolheu esta notícia da intervenção no santuário. É uma
ambição, penso eu, de todas as pessoas que passaram por esta casa, não só dos
que estão presentemente, mas de todos os que nos antecederam. Acho no seu
íntimo, todos queriam que esta obra se realizasse e estamos mesmo de coração
cheio.”
Nuno
Pereira relatou que, “nos dias em que chove mais intensamente há sítios onde
chove dentro o santuário. Não desvalorizando outro tipo de património, isto
além de uma igreja é um monumento nacional e acho que não deve ser permitido
por nós cidadãos, sejamos crentes ou não, que o nosso património chegue ao
ponto de chover e estar desprezado e é muito importante esta intervenção para o
concelho e freguesia, para a região.”
Questionado
se sem este tipo de protocolo não havia possibilidade de reabilitar o imóvel,
Nuno Pereira esclarece que “a confraria para poder ter o santuário aberto tem
uma pessoa que reside numa casa anexa ao santuário. Preservarmos, zelamos,
fazemos a limpeza, mas não nos era permitido financeiramente abraçar uma obra
desta.”
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