De
acordo com uma publicação do presidente da Câmara Municipal do Alandroal, João
Maria Grilo, na rede social Facebook, a Fonte das Bicas foi alvo de um
"lamentável acidente", como descreve o autarca. Uma carrinha
desgorvenada foi praça abaixo, até embater no muro da monumental fonte.
O
muro da Fonte das Bicas, na Praça da República, totalmente restaurada há pouco
mais de um ano, ficou bastante danificado. Não houve danos na fonte, em si, e
não causou ferimentos a ninguém.
Estiveram
no local a arqueóloga do município, a equipa da Proteção Civil e os serviços
operacionais para proteger de imediato as peças, insubstituíveis.
"Voltaremos
a ter muro, assim que seja possível", garante o edil.
Nota Histórico -Artística
A
monumental fonte barroca da Praça da República do Alandroal, conhecida como
Fonte das Bicas, terá sido erguida no início do século XVIII, para aproveitar a
grande quantidade de água subterrânea captável na vila e arredores. A água de
muitas
nascentes da localidade era considerada de grande qualidade,
atribuindo-se-lhe mesmo propriedades termais. Fica localizada na praça central
da vila, onde se realizam as feiras e mercados, centro de toda a vivência
comunitária.
A
fonte é composta por uma caixa paralelepipédica, com frontaria em mármore. O
frontispício é dividido em três panos verticais através do uso de pilastras,
sendo as das extremidades rematadas por urnas e fogaréus. O frontão é
constituído por um brasão central oitocentista, exibindo as armas reais rematadas
por coroa fechada, e ladeado por dois bustos sobre as pilastras centrais do
frontispício.
Os bustos, coroados de louro, exibem as inscrições HIC MARIS ORA
DEUS PANDIT REGNATOR AQUARUM. TANTALIA UT FUGIAT PECTORAE DIRÁ SITIS e HUC
LACRIMAT THETIS: UT FLORAS SITIBUNDE VIATOR. ILLA UT TU RIDEAS, BIBE, LUGIT
AMANS.
O
tanque, também de planta rectangular, estende-se ao longo da frontaria e é
alimentado pelo depósito de água, situado na parte inferior da caixa, e vazado
por seis bicas. O conjunto tem anexado um bebedouro para animais, e é ladeado
por um piso calcetado rodeado de muros altos com bancos de pedra corridos, ao
qual se acede através de quatro degraus. As bicas projectam-se de seis cabeças
de leões, às quais a tradição dá os nomes de bica das feiticeiras, bica de
Santo António, bica dos namorados, bica dos reis, bica de São Pedro e bica de
São João.
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