Chefe
de Estado afirmou ainda que a desaceleração do vírus "pode parecer lenta,
mas é cada vez mais consistente".
Marcelo
Rebelo de Sousa, presidente da República, e António Costa, primeiro-minsitro,
estiveram esta quarta-feira na sessão de apresentação da situação
epidemiológica da Covid-19 em Portugal realizada no Infarmed.
Momentos
depois da sessão de apresentação, Marcelo Rebelo de Sousa prestou declarações
aos jornalistas e deu conta das três ideias fundamentais da reunião onde se
realizou esta sessão. O presidente da República começou por dar conta de que
"o processo continua a seguir uma evolução positiva, nomeadamente em dois
aspetos".
Primeiro,
começa por referir, "no crescimento da projeção do vírus em
Portugal". Marcelo Rebelo de Sousa afirmou estar a haver uma
"desacelaração que pode parecer lenta, mas que é cada vez mais consciente"
e acrescentou que se nota também "uma redução dos valores da propagação do
vírus".
O
presidente da República recordou que "no ínicio" da pandemia,
"cada um dos portugueses contaminava "1.8 portugueses" e os
valores agora "têm vindo a descer em todas as áreas territoriais e
situam-se abaixo daquilo que caracterizava o início deste processo".
Relativamente
à evolução da pandemia, o Chefe de Estado afirmou que "se abril correr
como esperamos, em maio os portugueses vão conviver socialmente com um vírus
que foi vencido". Para Marcelo Rebelo de Sousa "é preciso ganhar em
abril o mês de maio, é preciso continuar a dar o exemplo que os portugueses
deram desde logo de forma mais intensa na Páscoa, mas agora de maneira regular
e consistente até ao final de abril", explicou referindo que "isto é
a base do sucesso, que está na base do comportamento dos portugueses".
Se
abril correr como se está à espera, o presidente da República considera que, em
maio, os portugueses vão começar a habituar-se à ideia de conviverem então com
este surto já vencido, que "representava um risco gravíssimo para a
sociedade portuguesa", pois "passa a ser um dado da vida, do
dia-a-dia.
O
Presidente da República considerou que maio pode ser também um "mês de
transição" para uma "retoma progressiva da vida social e
económica". Marcelo Rebelo de Sousa confirmou ainda que "tudo se
encaminha" para uma renovação do Estado de Emergência no final desta
semana.
António
Costa salienta que reabertura tem de ser prudente e com condições sociais de
confiança
O
primeiro-ministro afirmou esta quarta-feira que a reabertura da atividade
económica tem de ser prudente e com condições de confiança na sociedade e
defendeu que em Portugal as restrições à indústria foram menores do que em
outros países.
António
Costa falava aos jornalistas no final da reunião com epidemiologistas, no
Infarmed, em Lisboa, sobre a evolução da pandemia de covid-19 em Portugal, em
que reiterou que os cidadãos em geral têm de fazer neste mês de abril "um
grande esforço" para combater a propagação do novo coronavírus. O
primeiro-ministro afirmou que, se tudo correr bem, "em abril ganha-se a
liberdade para a vida".
"Devemos
ser sempre prudentes, progressivos e ir medindo sempre as consequências das
decisões para não corrermos riscos. Temos simultaneamente de criar condições de
confiança na sociedade e condições para que, com responsabilidade, se possa
decidir reabrirem os restaurantes, o comércio de bairro ou as grandes
superfícies", declarou o primeiro-ministro.
António
Costa procurou destacar a importância do fator confiança social no processo de
reabertura, alegando que até se pode decidir que os restaurantes reabram, mas,
depois, "se as pessoas não tiverem confiança, também não vão aos
restaurantes".
Interrogado
uma vez mais sobre o calendário do Governo para começar a levantar restrições à
circulação das pessoas e à atividade económica, o líder do executivo voltou a
alegar que "não se pode antecipar resultados" em termos de combate à
pandemia.
"Serenamente,
sem ansiedades, temos de aguardar pelo final do mês, dia 28, para voltarmos a
ver qual a avaliação", disse, numa alusão à próxima reunião com
epidemiologista no Infarmed, antes de deixar um reparo.
"Portugal
não tem tido o mesmo grau de restrição que outros países e, no que respeita à
indústria, com exceção de Ovar, não foram impostas nenhumas restrições ao
funcionamento de unidades industriais, para além da necessidade de terem de
cumprir as normas de segurança e de afastamento social. Muitas paralisaram a
sua atividade, ou porque tinha sido interrompida a cadeia de fornecimento, ou
porque se registou um colapso da procura", alegou.
Neste
ponto, o primeiro-ministro salientou que a eliminação das restrições "terá
de ser feita de um modo gradual e progressivo".
"Cada
vez que retirarmos uma medida de restrição, sem que haja tratamento e sem que
haja vacina, o número de contágios vai aumentar. Temos de medir sempre se,
quando se verificar esse risco de aumento de contaminação, é ou não
controlável. Só nesse momento podemos começar a retirar as medidas",
acrescentou.
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